segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Arte/Palavra: Ana Luíza Lacerda

E dando continuidade aos relatos dos participantes da disciplina ministrada conjugadamente com o Projeto Pirandello Contemporâneo, temos aqui toda a experiência vivida e absorvida pela aluna do curso de Produção Cultural, Ana Luíza Farias de Lacerda.

       Começo meu relatório com uma explicação de Patrice Pavis, que se encontra no texto Teatralidade Contemporânea, de Silvia Fernandes: “[...] o texto cênico é fruto da composição de vários códigos que o encenador mobiliza na estruturação de uma gigantesca partitura, em que espaço, ator, texto verbal, música e demais matérias teatrais traçam figuras, ritmos, organizações formais, cadeias de motivos e atitudes, quadros estáticos e em movimento, mutações de situação e de ritmo, na organização de um discurso teatral de múltiplos enunciadores.” (p.116). A primeira parte da construção da peça “Seis personagens à procura de um autor”, de Luigi Pirandello, foi deixar os atores livres para escolher trechos da peça, objetos, seus parceiros – ou faziam individualmente –, a música e faziam suas partituras, sendo esta feita a partir do sentimento que a pessoa teve com aquele trecho escolhido. No projeto, foi estudado o teatro contemporâneo, que é a partir do físico interpretar uma peça conforme seus sentimentos, suas ações verdadeiras, usando o seu corpo. Os encenadores colocaram “à prova seus limites.” (FERNANDES, p. 122). Em seguida, todas essas partituras eram agrupadas, formando uma grande partitura.
       Os objetos cênicos escolhidos para a partitura “não têm por função dramatúrgica e cênica simbolizar, mas simplesmente estar presente e produzir situações de linguagem [...]” (p. 122). 
       A peça não segue uma sequência lógica. Não é nos formatos tradicionais, seguindo o estilo palco e plateia. Há interação entre ator e público. Para quem está fora, aqueles que não estudaram o assunto, a compreensão é muito difícil. No meu primeiro dia de aula, fui questionada sobre o que achei. Preferi me omitir, pois desconhecia esse estilo de teatro. Eu, particularmente, levei um bom tempo para me acostumar com esse modelo de peça. Após muitas discussões com a Anatália (Catu), consegui entender, um pouco, o que é teatro físico.
       Pude notar, no decorrer das aulas, dos ensaios e até mesmo das apresentações, que, apesar da peça ter uma história, ter uma sequência, os movimentos, o tom da voz e o jeito de se expressar variavam conforme o ator e o público. Muitas vezes não prestei tanta atenção na peça em si e me foquei mais na reação do público, nas expressões faciais que faziam durante toda a apresentação. Pude perceber que se o público fica apático, não troca energia com os atores, a peça caminhava de um jeito; por outro lado, se o público troca essa energia, se envolve, a peça ia de outro jeito. Após a peça, eu focava minha atenção no que o público falava. Geralmente, eles não me viam por perto ao fazer comentários e críticas sobre o que acabaram de assistir. Comentários como “eu gostei, mas não entendi nada” e “eu não gosto desse tipo de peça” foram os mais ouvidos. O público não ficava “em cima do muro”, ou eles gostavam ou odiavam.
       A peça prende a atenção, ainda mais que são muitas ações acontecendo ao mesmo tempo. A vontade de observar cada detalhe de todas as ações era enorme. Em vários momentos, durante as apresentações, me vi entretida à peça, esquecendo-me do meu trabalho.
       Meu aprendizado foi, inicialmente, um aprendizado passivo. Apenas observava. Mas, a partir de certo momento, ele deixou de ser passivo e virou ativo. Não me envolvi atuando, mas participar da produção me fez envolver com a peça, também. A observação tinha que ser mais detalhada para saber o exato momento de, no meu caso, soltar a música. Cada peça era um novo desafio. Como disse, uma foi diferente da outra, então era preciso muita atenção. A música levava a peça, levava o corpo dos atores. (O Rodrigo me ajudou muito, ainda mais nas apresentações que, por causa do público, a minha visão foi bastante dificultada).
       Aprendi, principalmente, que é preciso ter um bom entrosamento, em todos os “setores” da peça. O ator sozinho não faz a peça andar, mas se todos se ajudarem, se estiverem na mesma sintonia, as coisas acontecem; o diretor sozinho também não faz a peça; e, a produção, muito menos. 

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Arte/Palavra: Juliana Sodré

O Blog Maschere Nude, através do Projeto de Extensão e Pesquisa Pirandello Contemporâneo, traz agora uma série de estudos sobre o teatro contemporâneo, realizados por estudantes da disciplina Interlocuções em Arte/Palavra do curso de Artes, UFF, ministrada pela diretoda e professora Martha Ribeiro

Os estudos foram feitos ao longo do último semestre da UFF, em que os alunos inscritos na disciplina acompanharam o processo dos performers do projeto de extensão, enquanto montávamos nossa primeira performance, "Os Seis Visitam o Solar: Performance Estudo I". Nesse primeiro estudo, é a Juliana Sodré quem relata um pouco a sua experiência e observação sobre o projeto e debate um pouco sobre o teatro pós-dramático.


"Como estudante do curso de Artes, tive a oportunidade, através da disciplina Arte/Palavra, de acompanhar o processo de criação, construção, investigação e elaboração cênica, proposto pela professora Martha Ribeiro, durante a primeira parte do projeto Pirandello. Processo este, elaborado de forma extremamente contemporânea, onde uma linguagem cênica é criada de forma experimental, explorando através de exercícios, o potencial, a linguagem corporal, sentimental, impulsiva, e intuitiva de cada ator, para à partir daí começarem a criar partituras que iriam compor todo o espetáculo.

As leituras complementares que nos foram oferecidas fizeram com que eu me envolvesse mais e pudesse entender melhor como funciona esse processo de construção cênica, como que essa “nova teatralogia que se esforça por ser multidisciplinar e experimental ao mesmo tempo” (De Marinis, 1988) É extremamente rica de possibilidades e envolvimento.

Esse processo de observação, que não é apenas passiva, mas em alguns momentos  torna-se também uma observação atuante, fez despertar em mim um interesse nessa área de atuação teatral onde teoria e pratica caminham juntas, onde uma complementa e contribui com a outra.

Segundo De Marinis “Não existe um único tipo de experiência e compreensão do teatro, existem vários...” De Marinis questiona “É possível compreender uma técnica teatral e em particular a técnica do ator, sem exercê-la diretamente, sem ter de alguma maneira uma experiência ativa?” “Não se pode ser um bom historiador, ou teórico de teatro sem ter, ou haver tido, também uma experiência técnica (artesanal) desta arte.” Aqui entendo técnica (artesanal) como prática. Acho interessante transcrever aqui essas citações para traduzir melhor meu pensamento de teoria e prática caminhando juntas. Pois se se fica apenas na teoria, ou apenas na pratica, nesses casos a compreensão vai apenas até certo ponto, não se pode aprofundar num processo, tanto teórico quanto prático, sem conhecê-lo por completo, sem vivenciar, experimentar, sentir cada sentimento, cada possibilidade em sua plenitude, ao extremo, inteiro, presente.

Essas palavras que acabei de escrever, remeteram-me ao processo de criação das partituras do Projeto Pirandello. Onde propondo uma imersão no universo do texto, “OS SEIS PERSONAGENS EM BUSCA DE UM AUTOR” no caso, o universo do bordel, do incesto, de uma família fragmentada, os atores iam entrando em contato com os conteúdos que desses universos emergiam, e começava-se a criar uma relação entre os atores, e a riqueza do trabalho começava a surgir a partir das diferentes experiências de cada ator, a diferença dos corpos, dos movimentos de cada corpo em particular, dos desejos e dos sentimentos que afloravam, um olhar, um tempo de espera, um som, um gesto sutil, um gesto agressivo, o silêncio...

“O que acontecerá quando a realidade em si mesma já “dessemantizada” do corpo na dor e no prazer for eleita como tema do teatro? É justamente isso que ocorre no teatro pós-dramático. Ele faz do próprio corpo e do processo de sua observação um objeto estético teatral. É menos como significante do que como provocação que esse objeto vem à tona. Foi necessária a emancipação do teatro como uma dimensão própria da arte para se compreender o corpo, sem prolongar uma existência como significante, pode ser agente provocador de uma experiência livre de sentidos que não consiste na atualização de um real e de um significado, mas é experiência do potencial. O processo pós-dramático se dá no corpo e não mais entre os corpos. O corpo pós- dramático estabelece a imagem de sua agonia. Isso interdita toda representação ou interpretação placidamente apoiada no corpo como mero intermediário. O ator precisa se colocar. “é a decomposição do homem que se dá sobre o palco”. (Hans-Thies Lehmann). Para complementar, Valère Novarina afirma: “O ator não é um intérprete porque o corpo não é um instrumento.”

O que pude perceber e observar durante o processo de criação do Projeto Pirandello e traçar um paralelo com o estudo da teatralidade contemporânea, essa nova teatralidade que permite a fusão de varias possibilidades, segundo Pavis: “o texto cênico é fruto da composição de vários códigos que o encenador mobiliza na estruturação de uma gigantesca partitura, em que espaço, ator, texto verbal, música e demais materiais teatrais, traçam figuras, ritmos, organizações formais, cadeias de motivos e atitudes, quadros estáticos e em movimento, mutação de situação e de ritmo, na organização de um discurso teatral de múltiplos enunciadores.”

Pude observar todas essas características de uma teatralidade contemporânea no Projeto Pirandello, onde não existia uma única visão, a visão do enunciador, os atores contribuíam a todo o momento na construção das partituras, o próprio espaço físico, já não é de um teatro clássico com palco e quarta parede, o espetáculo foi desenvolvido e apresentado em um casarão antigo, onde atores e espectadores dividiam praticamente o mesmo espaço, não havia uma separação, havia uma possibilidade de troca entre ator e espectador, o uso de projeção de vídeo, que a meu ver, também é uma forma de quebrar com essa barreira entre ator e espectador, porque inevitavelmente quando os atores param para observar o vídeo, ali, naquele momento, eles passam a ocupar um lugar de espectador também.

“A palavra teatro deriva do grego theaomai, verbo que significa olhar com atenção, contemplar, mas também significa a pessoa olhada com admiração, ou ainda, ver no sentido de visitar, de estar com a pessoa vista. E mais, de aprender através do olhar. Como substantivo, théatron estabelece um lugar, “o lugar de onde se vê”. Duplo movimento: o de olhar com admiração e o de ser olhado. Teatro é uma palavra que permite a simultaneidade daquilo que se vê e que é visto, palavra que evidencia o fluxo entre eu e tu, que nos coloca sentados no colo do paradoxo, ao mesmo tempo Medusa e Pégaso.”(Verônica Fabrini)

Diz o mito que Medusa, antes de ser transformada pela ciumenta Athena em monstro de cabelos de serpentes, era uma donzela linda, de exuberante cabeleira, surpreendida pela deusa em seu templo, nos braços do insaciável Zeus. Seu castigo foi o de transformar todos os que a olhavam em estátuas de pedra. Medusa foi morta por Perseu, que usando sandálias aladas e um escudo mágico de metal polido, fez com que ela própria se mirasse e, paralisada, pôde o herói decapitá-la com uma espada que lhe fora presenteada por Hermes. O sangue escorreu em abundância e foi recolhido por Perseu. Da veia esquerda, saía um poderoso veneno. Da veia direita um bálsamo capaz de ressuscitar os mortos. De seu pescoço, nasceram duas criaturas: o gigante dourado Crisaor e o cavalo alado Pégaso. Bálsamo e veneno, pedra e voo. Como estar sentado no colo do paradoxo.

Rendendo-se à espada de Perseu, Medusa é libertada de sua triste sina e Pégaso- símbolo da poesia- nasce de seu pescoço.

Essa ambiguidade que é inquietante na relação com o olhar."


BIBLIOGRAFIA

DE MARINIS, Marco. En busca del actor e del espectador. Comprender el teatro II, ed. Galerna.

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático, ed. Cosacnaify

PAVIS, Patriice. A encenação contemporânea: origens, tendências, perspectivas, ed. Perspectiva.


LAZZARATTO, Marcelo. Campo de visão: exercício e linguagem cênica, Ed. Escola superior de artes Célia Elena.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os Seis Visitam o Solar

É com enorme prazer que o Projeto de Extensão e Pesquisa Pirandello Contemporâneo, através do Laboratório de Criação e Investigação da Cena Contemporânea, apresenta:

OS SEIS VISITAM O SOLAR

O que nos move? O QUE HÁ DE URGÊNCIA EM NÓS? Como nossos corpos vivenciam a experiência capital dos SEIS personagens de Pirandello? A experiência traumática do incesto?

O que os SEIS tem a nos revelar? O DESEJO BRUTAL de reviver na CARNE a memória de alguma coisa que aconteceu em algum lugar, em algum tempo. A vontade dos SEIS em materializar suas experiências evoca a nossa própria existência, evoca tudo que há de humano em nós.

Sob a direção de Martha Ribeiro e a partir do estudo da peça "Seis personagens à procura de um autor", de Luigi Pirandello, os performers apresentam o espetáculo que desbrava todos os dramas dos SEIS personagens vivos, buscando um diálogo entre as experiências interiores e a vivência do texto teatral. Os fatos descritivos não interessam, mas sim os desejos que passam pelo corpo. Não se trata de informação, mas de vivência, que tanto pode provir da reminiscência de algo que vivemos ou de algo que ouvimos, e que se aderiu em nossa pele. O que interessa é a memória-corpo ou o corpo-memória, os afetos.


Se a problemática do incesto no autor é inegável - sua esposa, mentalmente perturbada, o acusara de afetos incestuosos em relação à filha - não nos interessa aqui os aspectos psicológicos do conflito, mas a sexualidade, os corpos decadentes, o desejo, a dor, a tortura, o prazer, O TRAUMA. Tudo de concreto que perpassa pelo CORPO.

A pesquisa se proprõe a questionar os limites de gênero.





Impressões Expressas: da Cena para Dentro / Amanda Calabria

Venho, há algum tempo, refletindo sobre como tudo começou, e agora a necessidade de passar os pensamentos adiante me arde forte. Escrevo porque é necessário, assim como me é vital estar em cena. Venho, por essa razão, trocar minhas impressões com os colegas e revelar um pouco de mim no processo de trabalho para além da cena. Inclusive, acho que devemos fazer isso mais vezes. O blog é uma via muito boa, mas tenho a impressão de que em algum momento nos perdemos. É também sobre isso que gostaria de falar, dos encontros e dos desencontros entre nós; perdas e ganhos.

Assim como o Henrique, sinto muitas mudanças em mim desde quando iniciamos o projeto. O laboratório sob a perspectiva do teatro físico e a experiência com o view points me fez crescer muito. Vejo que o trabalho físico realizado, conjugado a dramaturgia de Pirandello, é potencialmente revelador das intimidades e dos impulsos do performer. E o amadurecimento, em mim, veio não só como bagagem profissional, mas também me afetou no âmbito pessoal. O trabalho físico com a cena pirandelliana me exigiu dedicação e disciplina enquanto atriz, e também levou a uma revelação do que é íntimo, isso numa relação de dependência de um com o outro para que o trabalho aconteça.

Percebo que o laboratório, precocemente, me trouxe alguns resultados. Também por estar numa  fase da vida em que o amadurecimento se dá de maneira rápida, sinto um desenvolvimento de uma Amanda mais madura após alguns meses de convívio e trabalho. Observo agora um corpo ativo, vivo, despido. Hoje “eu não me envergonho mais”, e não é à nudez que me refiro, é ao fato de não sentir mais receios de me mostrar, de, de repente, ver um movimento revelar algo de muito íntimo, algo que é real e que vem de dentro de mim. Algo que é meu, só meu, e que se emocionalmente me soa estranho, artisticamente pode ser muito interessante, porque toca no outro de modo verdadeiro, gerando uma cumplicidade entre performer e espectador.

Isso é, ao meu ver, o que essa abordagem contemporânea traz de mais generoso a arte. Não se super valoriza o texto ou a personagem, o ator pode utilizar da personagem para fazer um mergulho interno, tendo assim a oportunidade ímpar de conferir a arte algo que é seu, só seu e de mais ninguém. Agora começo a compreender Artaud e Grotowski na relação que eles buscavam entre ator e espectador. É uma intimidade que só acontece com doação, entrega, desnudamento. É  mesmo um ritual. E é uma doação vital, uma necessidade!

A entrega que hoje consigo vivenciar, é claro, não aconteceu do nada. E o meu processo não se iniciou agora com o projeto. Faço teatro há quase três anos – o que é muito pouco, mas já me confere alguma experiência, e pude vivenciar algumas coisas no tocante ao íntimo. Nesse sentido o trabalho com o realismo e naturalismo é maravilhoso. À contribuição de Stanislavski reconheço a relação entre personagem e ator, mas nada foi tão visceral quanto a abordagem contemporânea física da cena, do corpo, do íntimo, do ser. Hoje posso dizer que a prática não é mais brincar de fazer teatro, mas esse fazer teatro se tornou uma necessidade, e, principalmente, pela descoberta da possibilidade de me usar como matéria prima, de mexer a fundo nas minhas impressões e na minha memória para dar vida à uma personagem (instrumento).

Nessa minha breve caminhada não posso me ater ao trabalho individual, a contribuição do grupo foi essencial para o despertar dessas percepções. O coletivo sempre se mostrou muito aberto para as expressões individuais que se revelaram e para as trocas decorrentes do processo. E comigo o coletivo foi muito generoso. A ânima do grupo, a vontade de alguns e a doação dos colegas foi fundamental para chegarmos ao resultado que agora alcançamos, e que corre num crescente. Foram várias as cenas fruto de trabalhos a fundo, de investigação e de criação, acredito inesgotável, que conseguiram atingir a emoção dos colegas e espectadores de modo intenso, profundo.

Acho, todavia, que nos percalços nos perdemos um pouco. Nos perdemos quando deixamos de ensaiar, quando chegamos atrasados, quando não levamos os objetos, quando não decoramos o texto, quando não estamos lá no Solar inteiros. Essas coisas que acontecem, claro, mas que aos poucos mínguam a energia do grupo. É importante que aprendamos que pequenos ‘’desleixos’’ são completamente dispensáveis ao teatro, ou melhor, são prejudiciais, e se permitirmos serão até destrutivos. Esse papo da Martha de nos tornarmos independentes é fundamental. Devemos ser agentes, co-autores do espetáculo e aproveitar a chance de criarmos sozinhos, o que é maravilhoso! E, quando nos comprometemos de verdade  “A COISA” acontece e brilha, porque acontece dentro de nós e irradia nos outros performers, e nos espectadores, e nas janelas, e portas de todo o Solar. É por isso que faço teatro, porque quando entro em cena, após muito ensaio, eu me sinto incendiar, me sinto agraciada, e aquilo é a única coisa que eu gostaria de fazer na vida. É preenchimento. Acho que pra mim é um ato de fé, de rendição, mas isso é outra história...

Por fim quero agradecer a todos. Minha gratidão aos colegas que me ensinam diariamente, que me recebem sempre com sorrisos e abraços, à Martha pela oportunidade de trabalho e pela doação amorosa ao projeto, e meu agradecimento a todos que se envolveram para além da cena, os que ficam nas coxias se empenhando para tudo acontecer e brilhar. Gratidão. E que venha dia 11 para mostrarmos o nosso melhor! 

EVOÉ!

Sob o olhar de Henrique Magalhães

Gostaria de compartilhar um desabafo com vocês ... Pois acredito que muitas mudanças de dentro de mim, partiu daqui .

Estou sentindo um novo Henrique dentro de mim.
Um Henrique mais responsável, mais determinado, mais bondoso, menos marrento, mais calmo e observador.
Vejo que observar é fundamental para absorver.
E necessário se livrar de algumas influencias, tomar cuidado com influencias, elas podem te levar para um abismo que é foda de sair.
Hoje eu não tenho gula.
Tenho ambição em aprender e compartilhar !
Eu sempre tive muito ódio dentro de mim ... Pelo mesmos motivos que você sente ódio. O planeta ta uma merda e não conseguia conviver.
Alguma coisa transformou esse ódio em amor, muito amor.
"AMAR SOBRE TODAS AS COISAS!"
minha MÃE me mostrou isso.
Não é religiosidade, é princípio!
Respeitar, admirar, ter afeto, reconhecer quem está perto, ser verdadeiro, ser uma pessoa íntegra!
Ter DIGNIDADE!!!
Amor não é só uma palavra!
Sejamos AMOR!
Acho que to crescendo ... Mesmo atrasado... já foi um pequeno grande passo !